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20 de jun. de 2010

O silêncio


Julia não ouvia mais os trovões, os conselhos dos amigos, as gotas da chuva. Tampouco ouvia as batidas de seu coração, ele estava cansado de bater, ou melhor, de apanhar. Pois tudo em sua vida não passara disso, levar dolorosas surras do destino.
Ela deveria estar acostumada, mas é impossível se acostumar com uma dor tão forte. Era como morrer lentamente, e o seu carrasco era alguém que ela amava. Não era o seu marido, namorado ou ficante. Era apenas mais um amor platônico, um garoto que colégio, com quem ela nunca falara.
Já era difícil ter que olhá-lo todos os dias, passeando pelos corredores, sem ao menos poder tocá-lo, agora ela o via com uma nova garota, a quem parecia amar. Julia tinha que admitir que eles formavam um belo casal, e que pareciam ser feitos um para o outro, e isso a consumia por dentro. Cada nova lágrima era como uma gota de sangue. Mas ela não podia reclamar, de certa forma, a escolha foi dela. Tivera várias chances de puxar assunto com o tal garoto, e o conhecia muito antes dessa nova garotinha entrar em sua escola. Mas preferiu o silêncio, e o silêncio foi tudo o que restou.
# Preferi não continuar escrevendo pois estava ficando muito pessoal, apesar da história ser fictícia, tem muito da minha realidade, espero que gostem mesmo estando resumido.

Um comentário:

Luiza Fritzen disse...

já tive a impressão de soar sangue, vinha direto do peito. é tão ruim quando quem a gente gosta acha alguém e esse alguém parece se encaixar com ele =(
é ruim também sentir-se culpada.
mas relacionamentos acabam, e as vezes temos outras chances. nada dura pra sempre.
beijos