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9 de dez. de 2012

Que as palavras façam renascer os sonhos que abadonei

Havia desistido, confesso. Com o tempo, escrever deixou de fazer parte do meu dia-a-dia. Não conseguia mais lidar com as palavras confusas que tentavam fluir para o papel, sem nenhuma coerência. A frustração tomava conta de mim a cada frase mal escrita, a cada texto inacabado. Então, eu preferi abandonar o que por anos foi a minha única rota de fuga desse mundo insano. Deixei para trás a minha escapatória, e usei a realidade como uma ancora. Eu me afundei cada vez mais em um mundo que oprimia a mim e aos meus sentimentos.
Após cada boa leitura, eu pensava, "Pena, já não sei mais escrever", e aos poucos aprendi a conviver com essa ideia. Estava decidida a ser bióloga e biólogos não tem tempo para essa bobagens, certo? Como eu estava enganada. Como pude chamar de bobagem os textos que sempre traduziram toda a conturbação que existia -e ainda existe- dentro e fora de mim?
Errei ao abandonar aquilo que mais me fazia bem, e por isso me perdi de meus sonhos e de mim mesma. Mas hoje eu entendo que preciso continuar escrevendo, não que eu seja boa nisso, não que o mundo precise de meus textos, mas minha alma clama pela liberdade que só as palavras lhe oferecem.

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